segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Macau, a nossa "casa" asiática.

Dentro de dias faz 20 anos que Macau voltou para "mãos" chinesas. Ao contrário da vizinha Hong Kong, que há 6 meses enfrenta grandes protestos, Macau apresenta-se como o calmo aluno chinês que apenas quer tranquilidade para continuar com o lucrativo negócio do jogo.
Desde que a bandeira portuguesa saiu do mastro mudou muita coisa, especialmente a nível económico, mas a verdade é que a influência lusa continua a sentir-se a oriente e os mais distraídos até podem sentir que estão em "casa". Mas o que Macau tem de tão especial para nós?
Com uma população de apenas meio milhão de habitantes, os portugueses sempre foram uma minoria mas ainda é possível ler na língua de Camões nas tabuletas (que estão escritas em cantonês e português) e os macaenses (descendentes de portugueses e orientais) falam uma língua parecida com a nossa, o patuá macaense. Só que tal como o patuá, a Casa de Macau também corre o risco de "morrer" caso ninguém faça nada para defender uma memória com mais de 500 anos e começou a ser construída em 1553, quando os portugueses se instalaram de uma forma ilegal neste território para secar mercadorias.
Os anos passaram, Macau cresceu mas continua a "cheirar" a casa e aquela saudade tão tipicamente nossa que de tão forte até faz com que o peito doa. Para os saudosistas, muito a para fazer em território macaense, onde o tradicionalismo das igrejas católicas (existem cerca de 20 mil católicos. A grande maioria é de origem asiática) encontra-se com fachadas coloridas com caracteres impossíveis de ler (isto se você não está empenhado em ter aulas de mandarim) por um ocidental.
Quando lemos aqueles guias do que fazer em Macau, as duas primeiras entradas são nada mais, nada menos do que as ruínas da Catedral de São Paulo (a primeira igreja e colégio jesuíta construído no oriente) e o Largo do Senado. Tudo isto pode ser visto na zona do centro histórico.
Como Macau não é uma região muito grande, e se é um adepto das caminhadas, calce os tênis e prepare-se para estar sempre a olhar para o chão, pois vai descobrir calçada portuguesa (tal como em casa, não é?!). Algo que também chama a atenção dos transeuntes é o jardim de São Francisco. No início pode até passar algo despercebido mas os seus edifícios rosas vão chamar a atenção e ao entrar vai se deparar com velhinhos a praticar tai chi (outro desporto também muito apreciado na região é o hóquei em patins. Outra herança lusa em terras asiáticas) e uma placa com um poema de Camões.
Como portugueses que se prezem, a comida é algo de muito importante. Existe sempre aquela comida de rua mas o que lá não faltam são restaurantes com comida portuguesa que servem uma variação do nosso pastel de nata. Só que segundo Marcelo Rebelo de Sousa, estes não são tão doces e isto se deve a uma maior presença dos ovos na receita utilizada.
Que tal na próxima década ir conhecer este bocadinho de Portugal no Oriente?!

De: Andreia Rodrigues.

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