Muitos foram os livros e séries feitas sobre Escobar mas certamente que este é o livro mais próximo que alguma vez se fez sobre o narcotraficante colombiano que era visto, por uns, como um diabo e por como um santo. São estas duas facetas que Juan Pablo descreve neste livro. Mas desenganem-se aqueles que acham que este é um livro para tentar limpar a imagem de Escobar e da sua família.
Não. Este livro serve, como o próprio autor diz logo no início, tanto para pedir desculpa aos familiares e vítimas do seu pai como para ajudar a contar um pouco sobre a história recente da Colômbia. E por mais que seja um tema tabu, Escobar faz tanto parte da história colombiana como, e peço desde já desculpas se alguém se sentir ofendido com esta comparação, como Salazar faz parte da história de Portugal.
Ao longo de 411 páginas podemos ver o relato, tanto por escrito mas também recorrendo a imagens, da vida de Juan e da sua família mais próxima. Quando falo de família mais próxima apenas me refiro à sua mãe e irmã pois o resto se afastou deles quando o dinheiro começou a faltar. É que eles passaram de milionários a "pobres" bem rápido. E a juntar-se à falta de dinheiro e aos problemas com a família paterna, tiveram que sair do país de origem pois as suas vidas estavam a ser constantemente postas em perigo.
Este é um livro que está dividido em 15 capítulos e começa um pouco depois do assassinato de Pablo Escobar. Ao longo destes 15 capítulos podemos ver a luta que tiveram por causa do dinheiro (que foi roubado por uma das tias de Juan); as origens humildes de Pablo Escobar ou a saída de Juan Pablo para a Argentina.
Juan Pablo Escobar agora se chama Juan Sebastián Marroquín Santos e trabalha como arquitecto e desenhador industrial na Argentina. É neste país que está a família mais próxima de Escobar e Juan divide o seu tempo entre o ateliê e as conferências sobre o seu pai. Depois de ter lido este livro que podemos reforçar que nem sempre a máxima "tal pai, tal filho" está correcta.
De: AR.
Sem comentários:
Enviar um comentário