domingo, 3 de fevereiro de 2019

Em que estado está o jornalismo?

Este título não é novo mas a verdade é que esta é uma pergunta que é feita regularmente e normalmente as respostas não são muito animadoras. Os mais pessimistas costumam dizer que o jornalismo está doente, que esta é uma profissão de desempregados (já ouvi esta deixa muitas vezes e ainda no outro dia me perguntaram porque não tinha ido para professora de história ou advogada. Muito provavelmente tinha tido mais sucesso) ou que tem os dias contados por causa da ascensão das redes sociais. É que hoje em dia todos nós podemos ser repórteres e fazer vídeos para o YouTube onde relatamos aquilo que estamos a ver.
O jornalismo já não é o mesmo que era há 26 anos atrás, onde a área era "eletrizante" em Portugal, e os meios que existem ou estão a fechar ou são obrigados a passar por alterações de fundo para não terem este fim.
Mas nem tudo é mau e quero focar as partes boas da profissão neste texto e nesta semana tivemos algumas gratas surpresas e vou começar por falar na reportagem "A Rede", que é da autoria da Conceição Lino. Adorei cada minuto daquela reportagem, que foi contada em três partes. A história era surpreendente (mesmo sabendo que o caso do Nuno não é caso único) e a forma de a narrar estava muito boa (isto sem esquecer os grafismos inovadores).
Esta história conseguiu fazer os trend topics do Twitter durante três dias e levou a que o protagonista desta história, o Nuno, fosse ao "Jornal da Noite", da SIC. Esta foi a parte que menos gostei mas compreendo que seja necessário dar a cara para mostrar que todos nós, independentemente da idade ou profissão, podemos ser alvos de um esquema daqueles. Temos aqui um bom exemplo de jornalismo. A verdade é que o bom jornalismo ainda está vivo.
O outro lado desta "moeda", o lado negativo, aconteceu na Venezuela. Que este país está a passar por uma grave crise já todos nós sabemos mas o governo de Nicolás Maduro mandou prender (mas entretanto já foram soltos) jornalistas estrangeiros que estavam na Venezuela a cobrir as manifestações que têm estado a acontecer. Sobre este caso, Juan Guaidó, o presidente interino, usou as redes sociais para agradecer o trabalho feito pelos jornalistas e deixou uma especial palavra de apreço aos jornalistas estrangeiros.
A profissão de jornalista está cada vez mais perigosa, tal como o mundo em que vivemos, e acho que é necessário fazer muito mais para proteger esta profissão que tanto amo e que é um dos garantes de um estado democrático.

Link relacionado: https://snarede5.blogspot.com/2018/08/jornalistas-contra-donald-trump.html


De: AR.

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