sexta-feira, 27 de julho de 2018

A teoria de Marcus é invalidada por um grupo de cientistas de Coimbra.

Um grupo de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), liderada pelo professor catedrático Luís Arnaut, invalidou a teoria de Marcus. Esta teoria, que ganhou um Prémio Nobel da Química, explica a transferência de eletrões e respectivas reações químicas.
Num artigo publicado na Nature Communications, do grupo Nature, os cientistas portugueses colocam em causa a reorganização de moléculas necessária para a transferência de eletrões.
Isto porque para ocorrer este tipo de reações químicas, a teoria de Marcus prevê que a reorganização tem que ser feita nos solventes. Só que neste novo estudo a chave da transferência está dos eletrões para os reagentes.
Esta nova descoberta culmina duas décadas e meia de estudos levados a cabo pelo Departamento de Química da FCTUC e que geraram muita controvérsia no seio da comunidade científica.
Mesmo com algumas vozes contra, o grupo de Coimbra continuou os estudos para descobrir qual das duas teorias estava correta. E 25 anos depois conseguiram.
"Foi uma tarefa extremamente difícil. Tivemos de desenhar, conceber e executar um vasto conjunto de estudos e experiências. Há múltiplas razões que justificam tantos anos de estudo, entre as quais a exigência de equipamento altamente sofisticado que nós não possuíamos, a necessidade de sintetizar moléculas que não existiam e a contratação de pessoal altamente qualificado para desenvolver o trabalho", explica o catedrático Luís Arnaut sobre todo o trabalho que tiveram para provar que a teoria de Marcus, vencedora de um Prémio Nobel da Química, estava errada.
"Os resultados ficaram completos no final do ano passado (2017). Submetemos o artigo científico ao grupo Nature e, mais uma vez, a polémica foi inevitável", relata o coordenador deste estudo.
Este estudo foi publicado na passada quarta-feira, dia 25 de Julho, e desde então muito sem tem dito sobre este estudo que expõe claramente que a teoria de Marcus não funciona.
Quanto a implicações práticas desta nova teoria, denominada de “modelo de interseção de estados”, o catedrático comenta: "não creio que de repente a teoria desenvolvida em Coimbra permita originar um produto que chegue ao mercado com vantagens relativamente aos existentes. Demorámos 25 anos a realizar esta experiencia, por isso é expectável que demore muitos anos para se desenvolver sistemas de uma forma diferente. Porém o nosso modelo pode inspirar melhores soluções em áreas onde a transferência de eletrões é importante".

De: FG.

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