sábado, 14 de dezembro de 2019

Imigrantes e nacionalidade.

Desde sempre fomos um país de saídas. Primeiro foram os Descobrimentos, aquele feito heróico que nos pós a percorrer o mundo em barcos que mais pareciam cascas de nozes; depois a imigração em busca de uma vida melhor que não existia durante o Estado Novo e mais recentemente, no período de crise que coincidiu com o governo de Passos Coelho, fomos "convidados" a alargar horizontes e sair da nossa zona de conforto.
Os motivos para essa saída são vários mas a verdade é que Portugal sempre foi e sempre será um país de emigrantes. Comparando com os outros países da União Europeia, 23% da população nascida em território nacional não reside no mesmo. Se formos olhar mesmo aqui ao lado, esta percentagem cai para apenas 3%.
Agora que os dados para este texto de opinião foram apresentados, deixem-me explicar o porquê do mesmo. Como todos sabem, há uns dias chegou um barco com 8 jovens "marroquinos" (coloco entre aspas pois ainda falta saber se esta é mesmo a nacionalidade deles). Estes jovens têm entre os 16 e os 26 anos e pensasse que o destino deles seria Espanha, país que tem uma grande comunidade marroquina. Só que este grupo atracou em Monte Gordo e, entretanto, foram levados para o Centro Português de Refugiados.
Muito provavelmente vai-lhes ser concedido asilo mas é nesta questão que muitas vozes divergem. O argumento que mais vezes é usado pelas pessoas que estão contra é que estas pessoas vêm para cá para viverem devido a subsídios, para trazerem a "guerra" para as nossas ruas e que deveríamos era tomar conta daqueles que cá estão (devo concordar com este último tópico, como é óbvio! Apenas lamento que só se lembrem das pessoas que estão na rua na altura do Natal ou quando algum caso de refugiados se torna mais mediático).
Sobre este assunto, a minha opinião é bem simples. Acredito que se deva prestar ajuda a estas e a quem quer que necessite. O povo costuma dizer que "hoje somos nós, amanhã são os outros" e eu acredito nisto.
Aliás, a história está como nossa testemunha. Aqui não me refiro apenas a realidade portuguesa (país de emigrantes, lembram-se?!) mas sim a europeia. Há sensivelmente 70 anos atrás, a Europa estava destruída por causa da II Guerra Mundial, o que provocou um autêntico êxodo entre os diferentes países europeus mas não só. A Argentina e os Estados Unidos foram nações fora do "velhinho" continente que receberam aqueles que fugiram a guerra, destruição, fome ou perseguição política. Mais ou menos as mesmas razões que levaram e continuam a levar a que milhares de pessoas se lancem ao mediterrâneo para tentarem alcançar a "terra prometida", que neste caso é a Europa, o local que chamamos de lar.
Agora passando para Portugal e para o debate sobre a lei da nacionalidade. Aqui vou ser muito rápida e simples e vou tentar não comentar sobre o que aconteceu entre o deputado Telmo Correia (CDS) e Joacine Katar Moreira (Livre). Para mim um cidadão português é todo aquele que nasça em Portugal e/ou tenha alguma ligação ao país. Aqui pode entrar as mais diferentes variáveis, como: ter um progenitor português ou ser descendente de pessoas provenientes de antigas colónias (como Angola ou Moçambique).
Esta é a minha opinião sobre a entrada de refugiados em Portugal e sobre a lei da nacionalidade. O que acham?

De: Andreia Rodrigues.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Vox inclui Portugal no mapa de Espanha.

O Vox, partido de extrema-direita liderado por Santiago Abascal, marcou para o próximo dia 12 de Janeiro uma manifestação de cariz nacional...