quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Desencanto de Joacine.

As últimas eleições legislativas trouxeram muitas mudanças, surpresas e novos rostos para a Assembleia da República.
João Cotrim Figueiredo (IL), André Ventura (CHEGA) e Joacine Katar Moreira (Livre) são os representantes dos três novos partidos que constituem esta nova legislação. Os trabalhos já começaram e estes três nomes já poduram mostrar trabalho, só que nem todos da mesma forma nem com as mesmas consequências.
João Cotrim Figueiredo, antigo administrador da TVI, é candidato e quase certamente será o próximo líder do Iniciativa Liberal, partido que pretende acabar com a esquerda em Portugal.
André Ventura, que é conhecido por participar em programa de comentário desportivo na CMTV, foi ligado a ideias de extrema-direita devido, maioritariamente, a comentários menos positivos sobre a comunidade cigana. O canal que o CHEGA tem no YouTube tem vídeos com milhares de visualizações e o nome do advogado geralmente faz parte dos trend topics do Twitter em Portugal. Ventura foi um dos rostos políticos que participou na manifestação que os polícias fizeram em frente da Assembleia da República.
Joacine foi uma das estrelas desta campanha eleitoral e demonstrou que o trabalho árduo ultrapassa qualquer incapacidade. Mulher, negra e gaga. Joacine Katar Moreira foi uma lufada de ar fresco num cenário eleitoral onde militam sempre os mesmos rostos.
Apresentada como a arma secreta do Livre para finalmente chegarem ao parlamento, a nova deputada nunca foi um nome consensual entre os portugueses. Capaz de movimentar amores e ódios, a cabeça-de-lista por Lisboa foi uma das principais vítimas das fake news.
Acusada de querer mudar a bandeira e vítima de uma petição para que não tomasse o seu lugar no parlamento, a verdade é que Joacine ultrapassou tudo e já se encontra a trabalhar. Mas as polémicas ainda a envolvem, directa ou indirectamente. Primeiro foi o assessor que compareceu no primeiro dia de saia; depois a abstenção da deputada em relação a palestina e, mais recentemente, o atraso na apresentação da proposta sobre a lei da nacionalidade. Esta proposta foi uma das bandeiras do Livre, que já se demonstrou descontente em relação a falta de comunicação entre a liderança do partido e o gabinete da sua representante, que diz que foi eleita por ela própria e não devido ao trabalho da direcção de Rui Tavares.
Só que o encanto que provocou nos portugueses durante a campanha está a transformar-se em desencanto pela falta de conteúdo político apresentado até ao momento. Quando pesquisamos o seu nome em qualquer motor de busca apenas vemos vídeos da gaguez ou os mais recentes episódios de lavar de roupa suja em praça pública. Nada do que poderíamos imaginar de Joacine a apenas dois meses atrás. Agora apenas a conseguimos ver com um GNR ao lado e a fugir dos jornalistas portugueses como o diabo foge da cruz.
Será que Joacine foi um erro de casting ou ainda veremos dela, e do Livre, o que tanto prometeram? Será que o partido vai retirar a confiança política a sua deputada?

De: Andreia Rodrigues.

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