quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Violência urbana, racismo e o bairro da Jamaica.

Este tema está a se tornar recorrente aqui no blogue (como pode ser visto aqui: https://snarede5.blogspot.com/2019/01/disturbios-na-baixa.html e aqui: https://snarede5.blogspot.com/2019/01/agressoes-no-bairro-da-jamaica.html) mas como um dos princípios é acompanhar a actualidade noticiosa não dá para escapar disto e no início desta manhã até estive em directo no YouTube mas aconteceu um problema com o vídeo e como tal vou tentar reproduzir tudo o que disse no vídeo neste pequeno texto.
Desde há dois dias que só se fala em violência policial e racismo. Esta-se a criar um nós contra eles que em nada é positivo e pode ser algo prematuro ligar os acontecimentos no bairro da Jamaica ao incêndio de carros e mobiliário na área da Grande Lisboa mas acredito plenamente que estamos a assistir a um fenómeno de violência urbana semelhante ao que aconteceu em França há uns 10 ou 15 anos atrás.
Nenhum dos lados desta história é completamente inocente, a meu ver, mas tenho a certeza que não é a incendiar coisas que vamos resolver esta situação. Não é a incendiar carros ou escrever coisas nas redes sociais que vamos resolver isto. É a mudarmos como sociedade. É a não permitir que existam bairros como o da Jamaica. Bairros onde as pessoas não têm condições.
Guetos. A palavra pode ser dura mas estes locais são verdadeiros e gostaria muito de ver os políticos a tomarem uma actitude legítima e irem até este bairro mas não apenas para a fotografia. Arranjem condições para estas pessoas terem uma vida em condições. Para que sejam cidadãos de plenos direitos, com os mesmos direitos e deveres de qualquer cidadão português.
E um dos deveres é não atacar a polícia com pedras (ok. As duas versões são tão diferentes que não se sabe bem em quem acreditar mas acredito que já não haveria tanta discussão em torno deste assunto se os policias usassem aquelas camaras acopladas ao uniforme. Assim teríamos a filmagem de toda a operação policial, sem qualquer tipo de cortes). Não atacar a polícia com pedras ou ir para outras zonas, como Sintra, Lisboa ou Setúbal (o incidente que despoletou toda esta onda de violência aconteceu no Seixal), para provocar desacatos não é de manifestantes contra o racismo mas sim de rufias, desordeiros que só perderem atacar por atacar.
O Serviço de Informação (SIS) está a seguir todos os grupos ou postagens nas redes sociais que possam fazer uma apologia à violência. É que existem postagens de pessoas a pedirem a morte de polícias e distúrbios. O que estas pessoas não entendem é que não se pode escrever tudo online e que a apologia à violência pode ser tão mau como fazer coquetéis Molotov ou carrinhos de compras em chamas.
Para terminar, apenas uma pequena palavra a Mamadou Ba. O líder do SOS Racismo voltou às redes sociais para dizer que está a ser ameaçado por agentes da autoridade por causa do seu post anterior. A quem é que ele se vai queixar? Será que vai chamar a polícia?

Link: https://m.youtube.com/my_videos
- https://www.instagram.com/andreia.r16/
- https://snarede5.blogspot.com/2018/12/bullying-online.html


De: AR.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Vox inclui Portugal no mapa de Espanha.

O Vox, partido de extrema-direita liderado por Santiago Abascal, marcou para o próximo dia 12 de Janeiro uma manifestação de cariz nacional...