sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Venezuela: Um país, dois presidentes.

O dia 23 de Janeiro foi um dia histórico para a Venezuela (ou se calhar não e esta situação não vai dar em nada) pois o presidente da Assembleia Nacional e principal líder da oposição a Nicolás Maduro, Juan Guaidó, tomou posse como presidente interino da Venezuela. A tomada de posse aconteceu no meio da rua e teve como testemunhas deus (como Guaidó disse) e o povo venezuelano que saiu à rua para o apoiar.
Ao mesmo tempo que esta tomada de posse histórica acontecia, Nicolás Maduro falou no palácio presidencial, onde também tinha um grupo de manifestantes mas a seu favor, e acusou os Estados Unidos de estarem por detrás deste "golpe de estado".
Desde este dia que o país está envolvido (ainda mais) numa contestação social que já provocou 25 mortos. Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, nenhum cidadão português ou luso-descendente foi morto ou ferido. Em relação a perdas materiais, 4 lojas de cidadãos portugueses foram saqueadas.
Juan Guaidó de momento está em lugar incerto mas numa entrevista a uma televisão disse que Maduro e os restantes membros do seu governo teriam um perdão presidencial se Maduro saísse do cargo e aceita-se eleições justas, livres e transparentes, algo que o líder da Assembleia Nacional defende que as anteriores não foram e como tal não reconhece Nicolás Maduro Moros como o presidente legitimo da Venezuela (mais sobre a sua tomada de posse aqui: https://snarede5.blogspot.com/2019/01/maduro-toma-posse-para-novo-mandato.html).
Como a segunda maior figura do estado, Guaidó, que é o presidente da Assembleia Nacional mais jovem de sempre (tem apenas 35 anos), "chamou para si" o papel de presidente interino e tem como principal objectivo marcar novas eleições.
Maduro nega terminantemente deixar o poder e do seu lado o presidente tem o Procurador Público e os chefes dos diferentes ramos das Forças Armadas. No xadrez internacional os apoios são mais escassoz. Maduro apenas tem do seu lado o México, Cuba, Irão, Rússia e a China.
Os Estados Unidos, Canadá, Brasil e todo o grupo de Lima (grupo composto por vários países da América Latina) já vieram a público prestar o seu apoio a Juan Guaidó. A União Europeia ainda não se pronunciou directamente sobre este caso mas apela à paz e a eleições justas.
Portugal, que tem cerca de 200 mil cidadãos neste país e desde que a crise na Venezuela começou que tem recebido inúmeros emigrantes (que voltam na sua grande maioria para a Madeira, onde tem a sua origem, mas Estarreja é um dos concelhos no continente com uma maior comunidade de venezuelanos) oriundos deste país, diz que reconhece a legitimidade da Assembleia Nacional e afirma estar a seguir a situação de perto e com muita preocupação.

De: AR.

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