segunda-feira, 16 de julho de 2018

A população idosa portuguesa é pouco saudável.

Um estudo europeu revela que a população idosa portuguesa é pouco saudável, comparada com populações da mesma faixa etária de outros países.
Neste estudo, que envolveu investigadores de sete centros universitários, incluindo da Clínica Universitária de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), conclui que na primeira visita clínica dos 2157 participantes, apenas 9% dos participantes portugueses eram saudáveis. O que contrasta com os indicadores suíços, onde 51% dos idosos são considerados totalmente saudáveis.
Ao longo dos três anos em que este ensaio clínico durou, foi pedido aos participantes que cumprissem, três vezes por semana, um plano de exercício simples em casa e tomassem diariamente suplementação de vitamina D e/ou ácidos gordos Omega 3 e/ou placebo, com o objetivo de avaliar o efeito da vitamina D e do Omega 3 e do exercício físico na saúde cognitiva e física dos idosos.
Os investigadores do projecto, coordenado pela professora Heike Bischoff-Ferrari, da Universidade de Zurique, clarificam que são considerados idosos saudáveis os seniores que não apresentam doenças crónicas e têm uma boa saúde física e mental.
Segundo José António Pereira da Silva, um dos investigadores portugueses participantes, "os dados recolhidos vão ser analisados de forma a determinar os efeitos destas três intervenções em cinco principais dimensões: risco de fratura, função muscular dos membros inferiores, função cognitiva, tensão arterial e taxa de infeções", de modo a que a informação obtida permita desenhar "estratégias que possibilitem aos mais velhos terem uma vida mais ativa e saudável".
Sobre o facto de Portugal apresentar níveis de saúde inferiores aos observados nos outros seis centros participantes, o docente e investigador da FMUC afirma que "estes resultados não nos surpreendem, mas preocupam. Temos os idosos menos saudáveis a todos os níveis, cognitivo e físico. É, sem dúvida, um problema relevante de saúde pública".
Quanto a possíveis causas, o investigador da Universidade de Coimbra acredita que "há a considerar todo um conjunto de recursos sociais com efeito na saúde dos idosos, que vão desde o valor das pensões até à facilidade de acesso à saúde. Há ainda um fator que eu presumo ser muito determinante que é o nível educacional".
Na opinião do especialista, "há alguns sinais preocupantes em Portugal do ponto de vista do Serviço de Saúde. Por um lado, vai diminuindo a acessibilidade aos serviços públicos, por exemplo, a redução do acesso aos transportes de doentes, e, por outro, uma aposta que me parece deliberada dos partidos do arco de governação na medicina privada".
Sobre a qualidade do Serviço Nacional de Saúde português "é excelente por comparação com o custo que ele tem. Para as pessoas mais carenciadas, e muitos dos nossos idosos estão inseridos neste grupo, este movimento não pode deixar de ser pernicioso porque a maior parte dessas pessoas não pode pagar cuidados de saúde privados".

De: FG.

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