sábado, 16 de junho de 2018

Pedrógão Grande: Um ano depois da tragédia.

Amanhã faz um ano dos incêndios de Pedrógão Grande, a primeira vaga de incêndios (e talvez a mais mortal) que atingiu o país no ano passado. O ano de 2017 deu várias alegrias ao país mas todas essas alegrias ficaram toldadas pela tragédia que afectou o país e que mudou tudo.
Somos um país de brandos costumes e como tal não estamos habituados a sofrer, a ter momentos trágicos. Tivemos em outros tempos (ex. Guerra Colonial ou o grande terramoto de 1775) mas nos últimos 50 anos (possívelmente) não tivemos algo de tão grave e que tivesse unido de tal forma os portugueses.
Lembra-se de onde estava quando aconteceram os incêndios em Pedrógão Grande? Eu sei que esta pergunta costuma estar associada ao 25 de Abril mas desde há um ano, existe um antes e um depois dos incêndios. Tanto no meio social como no meio ambiente.
É verdade que a zona norte do país foi muitíssimo mais afectada que a zona sul (mesmo tendo havido aqui um pequeno incêndio que assustou um bocado mas não provocou grandes danos), mas todos nós vivemos e sofremos com aquele dia, e posteriormente com a segunda vaga que atingiu o país no mês de Outubro.
Mas como estava a dizer...consigo lembrar-me perfeitamente daquele dia e como foi estranho, como se cheirava algo estranho no ar. Era um ar quente e o céu estava negro. Era como se viesse ai um furacão ou outro fenómeno natural extremo. Havia uma calma que...que depois deu em tempestade. Uma tempestade que deixou todos sem reação, sem saber bem o que fazer. Víamos os nossos próprios compatriotas a morrer, a sofrer por causa das devastadoras chamas mas não podíamos fazer nada. Ficámos colados aos televisores pois não podíamos fazer mais nada, nada. E essa sensação de impotência é péssima.
Mas foi o que todos nós sentimos. Uma impotência colectiva. Mas entretanto já se passou um ano e a vida continua, o mundo gira. Cerca de 60% das casas já foram reconstruídas mas as cicatrizes continuam à vista, tanto nas placas queimadas como nas árvores ardidas. A tragédia em Pedrógão Grande continua viva e não morrerá enquanto não sair das nossas memórias e dos nossos corações. Só que nada vale se chorarmos os mortos e não cuidarmos dos vivos. Se deixarmos que tudo volte a acontecer.
Não se esqueçam de Pedrógão, não se esqueçam de Portugal!

De: AR

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