sábado, 13 de abril de 2019

As armadilhas das agências de casting.

Desde criança que sou fascinada com o mundo da televisão da representação. Não é que o meu sonho fosse ser actriz, longe disso, mas a verdade é que respeito bastante essa profissão e admito que fiquei algo chocada com a última reportagem da Alexandra Borges pois eu própria tenho algumas histórias com agências de castings mas devo começar por dizer que não é nada tão grave como o que vimos nestas duas reportagens.
A primeira vez que recorri a uma agência ainda estava no ensino secundário e consegui ir com a minha mãe até Telheiras, a um espaço perto do Pingo Doce. Deste dia lembro-me da viagem de taxi (a minha mãe odeia andar de metro) e de sermos recebidas por uma mulher altíssima. Os sapatos tinham um salto agulha enorme, ela era magrissima e lourissima. Fiquei bastante impressionada com aquela personagem mas vi que aquele não era mundo para mim. Pelo menos não com aquela agência que defendia um corpo perfeito e a verdade é que estou longe de ter o corpo perfeito e eu sei bem disso.
A segunda agência, e com a qual estive mais tempo, foi a Plural. Ao contrário da primeira experiência, ali nunca me senti diminuída nem me foi pedido dinheiro para nada. É que na primeira agência pediam na ordem dos 600€, se não me engano, e naquela altura ainda não tinha entrado na faculdade. Não podia gastar o pouco dinheiro que tinha numa promessa vaga. E como aprendemos com os actores que estiveram presentes nos debates que sucederam a estas reportagens, uma agência normal não pede dinheiro nenhum para se participar em castings ou fazer bookings fotográficos.
Falando em bookings...depois de sair da Renascença, onde não me senti muito bem, e sem saber o que fazer decidi fazer um booking. Eu queria aquelas fotos nem que fossem para decorar as redes sociais e foi o que fiz. Mas paguei uns 100€ por elas. É verdade que fiquei com um disco mas estas fotos nunca me arranjaram qualquer tipo de trabalho na área nem nunca mais tive qualquer tipo de contacto com aquela agência. Apenas sei que fica algures em Alcântara. Estou solidária com as pessoas que gastaram o seu dinheiro e que foram enganadas pela Gold Models/Net Models pois vendo estes relatos é que compreendo que eu própria, numa dimensão muito mais pequena, também fui enganada.
Mas só cai no conto do vigário duas vezes se for muito estúpido e a minha história com as agências de castings teve um último capítulo. Aquilo que eu procuro nem é tanto uma oportunidade como actriz mas sim como apresentadora e já fui a pelo menos três castings mas quando entro nas salas as outras concorrentes parecem sempre muito perfeitas, ao contrário de mim. É verdade que tenho os conhecimentos e quem me conhece sabe que quando me sinto à vontade tenho a mania de "falar pelos cotovelos" mas achava que precisava de uma opinião profissional e fui, mais uma vez com a minha mãe, até uma agência perto da Maternidade Alfredo da Costa. Durante a reportagem falaram que estas pessoas fazem de tudo para "vender" este sonho e eu vi isso ao vivo. A pessoa que me atendeu, desta uma mulher mais velha, disse que eu tinha o carisma necessário e que me ia ajudar mas tinha que pagar um valor bastante elevado naquele momento. Eu e a minha mãe ainda tentamos dar a volta com o meu pai, que precisávamos da autorização dele e tudo o mais, e ela queria que telefonassemos à sua frente. Obviamente que isso não aconteceu e saímos dali para for.
Este texto, tal como a reportagem da TVI, pretende chamar à atenção para possíveis burlas mas não se esqueçam de prosseguir os vossos sonhos.

De: AR.

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